domingo, 26 de junho de 2011

ESTUDO COMPROVA QUE PEGAR E SOLTAR O TUCUNARÉ É A MELHOR PRÁTICA PARA O PESCADOR ESPORTIVO E TEM APENAS 4,23% DE TAXA DE MORTALIDADE.

Por. Lahire Figueiredo Filho


Foi apresentado no XIX Encontro Brasileiro de Ictiologia, em Manaus, o estudo denominado de ”ANÁLISE PRELIMINAR DA TAXA DE MORTALIDADE EM TUCUNARÉS (Cichla spp)”, pelo pesquisador do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), Msc. Kelven Stella Lopes, onde submeteu diversos tucunarés ao sistema “pesque-e-solte”, pescados na modalidade de arremesso nos lagos naturais da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (RDSA).

O pesque e solte é um movimento que integra cada vez mais adeptos. No entanto, esta atividade de pesca esportiva não apresentava estudos indicando os impactos negativos ao capturar o peixe, fotografar e soltar para que outro pescador esportivo possa sentir a mesma sensação prazerosa de “brigar” com o peixe. O estudo do pesquisador Kelven Lopes mostra resultados sobre a taxa de mortalidade em tucunarés submetidos ao pesque-e-solte. Para avaliar a taxa de mortalidade o pesquisador capturou os ‘tucunas’ com iscas artificiais, tirou a garatéia, mediu, identificou e acondicionou em tanques-rede de 08 m3, por um período mínimo de 72 horas. Foram analisados 118 animais, distribuídos em 42 Cichla monoculus, 56 Cichla temensis e 20 Cichla orinocensis. O resultado foi fantástico, ele encontrou o valor de 4,23% de mortalidade total dos 118 tucunarés capturados. A taxa de mortalidade por espécie mostra que o Cichla temensis teve o maior valor 7,14%, o Cichla monoculus 2,38% e não ocorreu mortalidade com a espécie Cichla orinocensis.

Em relação ao número de perfurações foi observado que 33 % sofreram somente uma perfuração, 44% com duas perfurações, 21% com três perfurações e 2% com quatro perfurações. As regiões anatômicas mais susceptíveis são a região ocular e guelras, sendo que 60% das mortalidades foram associadas a fixações do anzol (garatéias) na região ocular e 40% associadas a fixações nas guelras. Ocorreu derrame de sangue é melhor não soltar o peixe.

O estudo é muito importante para os pescadores esportivos, pois representa o argumento que faltava para quem quer aderir ao movimento do pesque e solte e justificar a morte de alguns exemplares durante a soltura. Estes dados, embora preliminares, apontam que os tucunarés apresentam uma taxa de mortalidade muito baixa no sistema pesque e solte e, certamente, os peixes que morrerem vão ser bem aproveitados na cozinha.

Fonte financiadora do estudo: Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá- IDSM, “Projeto Corredores Ecológicos da Amazônia – MMA”. Contato: lopeskelven@yahoo.com.br.